Saturday, March 6, 2021

O Branco Brasileiro

O Branco brasileiro Preâmbulo. (Data 31 de outubro de 2019) Digo assim: Branco brasileiro. Branco vem antes de brasileiro porque o brasileiro é, antes de tudo, Branco, a não ser que não seja. E, realmente, não é, de toda forma, Branco, já que os arianos não consideram Latinos Brancos como parte de seu clã exclusivo, mas, deixa quieto, deixe-o pensar. Já nem preciso dizer que é homem, não preciso nem explicitar esse fato, pois, antes da própria vida, ele é HOMEM. É para ele que escrevo esse poema, ou algo parecido com isso. O Branco brasileiro (Manifesto de uma Brasileira Latina aos homens Brancos brasileiros, com mucho gusto) Insensível Hegel Tu és o homem europeu do século XIX Nascido e criado no errejota Edificado nos prédios da academia (também do século XIX) Em um Brasil colônia, mesmo que pós-colônia Essa é a grande ironia A ironia mais lógica Inocente arraigado Em um conhecimento ultrapassado Traças toda a dialética idealista E, como bom Branco tradicional, desconsideras a mulher Os pensamentos e sentimentos Da mulher Além de chutar para escanteio os povos subalternizados (afinal, inferiores) Pelo mesmo pensamento Branco Para você, índio bom é o índio dos livros, aquele que fica em exposição Nos museus O pensamento europeu ao qual revolucionou. Hegel. Que revolução de pensamento é essa¿ Que transformação dialética é essa¿ Se a Ideia vem antes do Ser Qual é a sua Ideia que vem antes do seu mesmo Ser¿ Misógino natural, nato, o Branco brasileiro Tu fazes questão de se enxergar demais Ou de menos, talvez Fazes ponto de me culpar a mim Mulher Brasileira, que se enxerga Latina Pior que, segundo os teus próprios preceitos ditados por outrem, Tu és nada mais do que um merda! Uma merda dura, seca, presa no cu, imóvel Mas, calma, que, de acordo com a dialética idealista, Uma merda não pode permanecer uma merda, simplesmente Será essa merda uma tese com uma antítese Que se transformará em síntese Melhor: uma merda sintética Tu és uma merda sintética. Brasileira. Assim te julgo. Eu te julgo, eu me julgo Já tu me rejeitas E eu, como poderia deixar de ser, te rejeito também E seguimos dançando essa dança Do querer sem querer De alguma forma, entretanto, o sem querer tomou forma E já é legítimo Branco brasileiro transforme-se em sua agonia Eu já não participo mais Já não quero Jamais Já, que de ponta a cabeça, o meu Ser vem antes da minha Ideia